A giardíase é uma zoonose que afeta o intestino delgado, muito comum em cães e gatos, causada pelo agente Giardia lamblia, um protozoário flagelado binucleado, com prevalência mais alta em indivíduos jovens. Entre os cães a prevalência é mais alta em filhotes principalmente até um ano de idade (26 a 50%), mas também acomete cães adultos bem tratados (prevalência de 10 a 20%); em canis a prevalência pode chegar a 100%. Entre os gatos a prevalecia é menor (1,4 a 11%). A incidência de giardíase em animais é maior em populações de cães e gatos em instalações de reprodução e abrigos de animais confinados com falta de saneamento e condições de superlotação. Também pode infectar outras espécies de animais domésticos como aves, anfíbios, répteis e outros mamíferos. Entre os seres humanos, no Brasil, a prevalência de giardíase varia de 4 a 30% da população, devido à ingestão de cistos em alimentos e água contaminados ou com tratamento parcial.
A giardíase é uma zoonose que afeta o intestino delgado, muito comum em cães e gatos, causada pelo agente Giardia lamblia, um protozoário flagelado binucleado, com prevalência mais alta em indivíduos jovens. Entre os cães a prevalência é mais alta em filhotes principalmente até um ano de idade (26 a 50%), mas também acomete cães adultos bem tratados (prevalência de 10 a 20%); em canis a prevalência pode chegar a 100%. Entre os gatos a prevalecia é menor (1,4 a 11%). A incidência de giardíase em animais é maior em populações de cães e gatos em instalações de reprodução e abrigos de animais confinados com falta de saneamento e condições de superlotação. Também pode infectar outras espécies de animais domésticos como aves, anfíbios, répteis e outros mamíferos. Entre os seres humanos, no Brasil, a prevalência de giardíase varia de 4 a 30% da população, devido à ingestão de cistos em alimentos e água contaminados ou com tratamento parcial.
As crianças com idade entre um a quatro anos apresentam maior prevalência (20 a 60%) por estarem sujeitas a ambientes coletivos como creches e escolas primárias, e a infecção ocorre por contato direto através das mãos.
A principal manifestação clínica associada a essa parasitose nos mamíferos é a ocorrência de diarreia em mais de 90% dos casos, apresentando como fezes líquidas, com muco e sem sangue, acompanhada por emese, perda de peso, desconforto e distensão abdominais e flatulência. Alguns indivíduos podem apresentar-se assintomáticos e a infecção pode ser autolimitante ou cronificar, devido à síndrome de má absorção causada pela destruição das vilosidades intestinais. Nas aves, as principais manifestações são emagrecimento, diarreia crônica de coloração variável, depressão, anorexia, ressecamento da pele e bicamento de penas em região carpo-metacarpal. A doença pode provocar óbito de aves jovens e o agravamento do quadro está relacionado à superlotação, estresse e infecções secundárias. Para controlar a giardíase é necessário conhecer seus aspectos epidemiológicos e patogenia do agente, para que medidas efetivas possam ser instauradas.
Fonte: http://www.jardimfranca.vet.br/giardia-em-cachorro-giardiase-canina/
A Giardia apresenta duas formas morfologicamente distintas, trofozoíto e cisto. O cisto é a forma infectante e resistente no meio ambiente. No intestino de mamíferos os trofozoítos se encistam, recolhem os flagelos e encurtam o corpo. Cada giárdia encistada tem quatro núcleos e dois discos suctores. Os cistos são eliminados pelas fezes contaminando o ambiente e podem infectar novos indivíduos ou reinfectar o hospedeiro. A presença de portadores saudáveis é um fator que agrava o controle da doença, pois, embora sem sinais e sintomas, permanecem eliminando os cistos pelas fezes.
Desta forma, o diagnóstico adequado de giardíase possui papel fundamental e devem-se considerar fatores que possam interferir no resultado dos exames de fezes:
• Consistência das fezes: em fezes formadas tem-se a presença de cistos e em fezes mais pastosas ou líquidas a presença de trofozoítos, que não permanecem por mais de 30 minutos no meio ambiente.
• Padrão de excreção dos cistos: existem indivíduos com padrões diferentes de eliminação de cistos, alguns com frequências mais altas do que outros.
• Quantidade de amostras de fezes: como a eliminação dos cistos é de forma intermitente nas fezes, por isso indica-se o exame seriado, com três amostras fecais em dias consecutivos ou alternados.
• Uso de conservantes para as fezes: muitas vezes não é possível examinar as fezes recém- eliminadas por isso algumas substâncias são usadas para preservar as estruturas do parasita, entre elas a formalina, o álcool polivinílico e o MIO (mertiolate-iodo-formol). Algumas substâncias podem mascaram o resultado como antibióticos, antiácidos, óleos laxativos ou preparações para enema que podem causar alterações morfológicas ou o desaparecimento do parasita nas fezes.
O exame direto do agente nas fezes é o método mais comumente utilizado, mas também pode ser realizado diagnóstico sorológico por imunofluorescência direta e ELISA, contudo, a detecção de anticorpos anti-Giardia no soro apresenta algumas desvantagens como resultados falso-positivos, baixa sensibilidade e especificidade. Os testes de ELISA para diagnosticar a presença de antígeno nas fezes possuem alta sensibilidade (89%) e especificidade (100%). Os resultados referentes à comparação entre as técnicas mostraram que a técnica de ELISA tem 3,0 vezes mais chances de detectar amostras positivas de G. lamblia que o método de centrífugo-flutuação (Técnica de Faust), e 3,4 vezes mais chances quando comparada com o método de centrífugo-sedimentação (Técnica de Ritchie). O Companion Animal Parasite Council (CAPC) recomenda o teste de cães e gatos sintomáticos (com diarreia intermitente ou contínua) com uma combinação de esfregaço direto, flotação fecal com centrifugação e ELISA sensível específico para fezes, otimizado para uso em animais de companhia. Para o controle da giardíase é fundamental considerar as medidas que devem ser adotadas no meio ambiente onde vive o animal. A maioria dos produtos usados na higiene do ambiente em que o animal frequenta, não consegue desinfetar o local.
Previamente à descontaminação do ambiente deve-se retirar toda a matéria orgânica do local. Água fervente ou uma solução de amônia quaternária (deixando agir por 30 a 40 minutos) poderão ser utilizadas na desinfecção do local. Como a Giardia é pouco resistente em locais secos, o ambiente deverá estar completamente seco antes da reintrodução dos animais. Ambientes com grande exposição à luz solar podem favorecer o controle da doença. Os animais devem ser banhados antes de voltar ao local com xampu, visando a remoção dos cistos aderidos à pelagem. Após enxaguar, deve-se aplicar uma solução de amônia quaternária sobre o pelame, especialmente na região perineal. Após 3 a 5 minutos deve-se remover a solução de amônia quaternária com enxágues repetidos para evitar irritação da pele e mucosas. Anteriormente à reintrodução dos animais no ambiente desinfetado, eles deverão estar completamente secos.
Em canis e gatis, a utilização de quarentena é importante para evitar a reintrodução do parasita. Para tanto, todos os novos animais deverão ser mantidos separados, tratados para a Giardia e limpos antes de serem introduzidos na criação. Um pedilúvio com solução de amônia quaternária deverá ser colocado na entrada do estabelecimento. Deve-se também verificar e assegurar a qualidade da água utilizada no local. Em canis com alta incidência de Giardia, é recomendado a realização sistemática de exames parasitológicos antes, durante, e após qualquer tratamento.
A prevenção baseia-se principalmente na adoção de bons hábitos de higiene e limpeza sanitária adequada. Atualmente existe vacina contra giárdia que reduz eficazmente a incidência, a severidade e a duração da eliminação de cistos. A conscientização também é importante. O recolhimento dos dejetos dos animais nas ruas deixa as vias mais limpas, o que impulsiona a diminuição dos índices de contaminação por giárdia.
Referências BERNE, A.C.; VIEIRA, J.N.; AVILA, L.F.C.; VELLELA, M.M.; BERNE, M.E.A.; SCAINE, C.J. Giardia lamblia: diagnóstico com o emprego de métodos microscópicos e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA). Revista de Patologia Tropical, v.43, n.4, p.412-419, out/dez. 2014.
CERNIKOVA, L., FASO C., HEHL, A.B. Five facts about Giardia lamblia. PLoS Pathog, v.14, n.9, 2018. Disponível em: . Acesso em: 28 fev. 2019.
CRAVO, M.C.M. Desenvolvimento de vacinas contra Giardia lamblia. 22f. Monografia (Mestrado) – Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2016.
FERNANDES, A. C., GRESPAN, A., KNOBL, T. Pesquisa de cistos de Giardia spp. em fezes de psitacídeos cativos. Atas de Saúde Ambiental, v.2, n.3., set/dez. 2014. (on line). Disponível em: < http://www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/602/763>. Acesso em: 28 fev. 2019.
KIPPER, B.L.; STEIN, C.F.; PEREIRA, J.G.; HOGER, J.; OLIVEIRA, L.P.; GESSNER, S.T.; FURIS, Y.G.C. Ocorrência de casos de giardíase canina no hospital de clínica veterinária blumenau (HCVB) e a avaliação do perfil de conhecimento da população em um bairro na cidade de Blumenau/SC. Revista Científica de Medicina Veterinária - ISSN 1679-7353 Ano XV, n.31, jul. 2018 (Periódico Semestral).
LENZI, N.R.R. Atualidades em giardíase na Medicina Veterinária: revisão de literatura. 31f. Monografia (Especialização em Clínica médica e Cirúrgica de Pequenos Animais) – Centro de Estudos Superiores de Maceió, Fundação Jayme Atávila, Porto Alegre, 2013,
PEDROSO, R.F.; AMARANTE, M.K. Giardíase: aspectos parasitológicos e imunológicos. Biosaúde, Londrina, v.8, n.1, p.61-72, jan/jun. 2006. Disponível em: . Acesso em: 28 fev. 2019.
A giardíase é uma zoonose que afeta o intestino delgado, muito comum em cães e gatos, causada pelo agente Giardia lamblia, um protozoário flagelado binucleado, com prevalência mais alta em indivíduos jovens. Entre os cães a prevalência é mais alta em filhotes principalmente até um ano de idade (26 a 50%), mas também acomete cães adultos bem tratados (prevalência de 10 a 20%); em canis a prevalência pode chegar a 100%. Entre os gatos a prevalecia é menor (1,4 a 11%). A incidência de giardíase em animais é maior em populações de cães e gatos em instalações de reprodução e abrigos de animais confinados com falta de saneamento e condições de superlotação. Também pode infectar outras espécies de animais domésticos como aves, anfíbios, répteis e outros mamíferos. Entre os seres humanos, no Brasil, a prevalência de giardíase varia de 4 a 30% da população, devido à ingestão de cistos em alimentos e água contaminados ou com tratamento parcial.
As crianças com idade entre um a quatro anos apresentam maior prevalência (20 a 60%) por estarem sujeitas a ambientes coletivos como creches e escolas primárias, e a infecção ocorre por contato direto através das mãos.
A principal manifestação clínica associada a essa parasitose nos mamíferos é a ocorrência de diarreia em mais de 90% dos casos, apresentando como fezes líquidas, com muco e sem sangue, acompanhada por emese, perda de peso, desconforto e distensão abdominais e flatulência. Alguns indivíduos podem apresentar-se assintomáticos e a infecção pode ser autolimitante ou cronificar, devido à síndrome de má absorção causada pela destruição das vilosidades intestinais. Nas aves, as principais manifestações são emagrecimento, diarreia crônica de coloração variável, depressão, anorexia, ressecamento da pele e bicamento de penas em região carpo-metacarpal. A doença pode provocar óbito de aves jovens e o agravamento do quadro está relacionado à superlotação, estresse e infecções secundárias. Para controlar a giardíase é necessário conhecer seus aspectos epidemiológicos e patogenia do agente, para que medidas efetivas possam ser instauradas.
Fonte: http://www.jardimfranca.vet.br/giardia-em-cachorro-giardiase-canina/
A Giardia apresenta duas formas morfologicamente distintas, trofozoíto e cisto. O cisto é a forma infectante e resistente no meio ambiente. No intestino de mamíferos os trofozoítos se encistam, recolhem os flagelos e encurtam o corpo. Cada giárdia encistada tem quatro núcleos e dois discos suctores. Os cistos são eliminados pelas fezes contaminando o ambiente e podem infectar novos indivíduos ou reinfectar o hospedeiro. A presença de portadores saudáveis é um fator que agrava o controle da doença, pois, embora sem sinais e sintomas, permanecem eliminando os cistos pelas fezes.
Desta forma, o diagnóstico adequado de giardíase possui papel fundamental e devem-se considerar fatores que possam interferir no resultado dos exames de fezes:
• Consistência das fezes: em fezes formadas tem-se a presença de cistos e em fezes mais pastosas ou líquidas a presença de trofozoítos, que não permanecem por mais de 30 minutos no meio ambiente.
• Padrão de excreção dos cistos: existem indivíduos com padrões diferentes de eliminação de cistos, alguns com frequências mais altas do que outros.
• Quantidade de amostras de fezes: como a eliminação dos cistos é de forma intermitente nas fezes, por isso indica-se o exame seriado, com três amostras fecais em dias consecutivos ou alternados.
• Uso de conservantes para as fezes: muitas vezes não é possível examinar as fezes recém- eliminadas por isso algumas substâncias são usadas para preservar as estruturas do parasita, entre elas a formalina, o álcool polivinílico e o MIO (mertiolate-iodo-formol). Algumas substâncias podem mascaram o resultado como antibióticos, antiácidos, óleos laxativos ou preparações para enema que podem causar alterações morfológicas ou o desaparecimento do parasita nas fezes.
O exame direto do agente nas fezes é o método mais comumente utilizado, mas também pode ser realizado diagnóstico sorológico por imunofluorescência direta e ELISA, contudo, a detecção de anticorpos anti-Giardia no soro apresenta algumas desvantagens como resultados falso-positivos, baixa sensibilidade e especificidade. Os testes de ELISA para diagnosticar a presença de antígeno nas fezes possuem alta sensibilidade (89%) e especificidade (100%). Os resultados referentes à comparação entre as técnicas mostraram que a técnica de ELISA tem 3,0 vezes mais chances de detectar amostras positivas de G. lamblia que o método de centrífugo-flutuação (Técnica de Faust), e 3,4 vezes mais chances quando comparada com o método de centrífugo-sedimentação (Técnica de Ritchie). O Companion Animal Parasite Council (CAPC) recomenda o teste de cães e gatos sintomáticos (com diarreia intermitente ou contínua) com uma combinação de esfregaço direto, flotação fecal com centrifugação e ELISA sensível específico para fezes, otimizado para uso em animais de companhia. Para o controle da giardíase é fundamental considerar as medidas que devem ser adotadas no meio ambiente onde vive o animal. A maioria dos produtos usados na higiene do ambiente em que o animal frequenta, não consegue desinfetar o local.
Previamente à descontaminação do ambiente deve-se retirar toda a matéria orgânica do local. Água fervente ou uma solução de amônia quaternária (deixando agir por 30 a 40 minutos) poderão ser utilizadas na desinfecção do local. Como a Giardia é pouco resistente em locais secos, o ambiente deverá estar completamente seco antes da reintrodução dos animais. Ambientes com grande exposição à luz solar podem favorecer o controle da doença. Os animais devem ser banhados antes de voltar ao local com xampu, visando a remoção dos cistos aderidos à pelagem. Após enxaguar, deve-se aplicar uma solução de amônia quaternária sobre o pelame, especialmente na região perineal. Após 3 a 5 minutos deve-se remover a solução de amônia quaternária com enxágues repetidos para evitar irritação da pele e mucosas. Anteriormente à reintrodução dos animais no ambiente desinfetado, eles deverão estar completamente secos.
Em canis e gatis, a utilização de quarentena é importante para evitar a reintrodução do parasita. Para tanto, todos os novos animais deverão ser mantidos separados, tratados para a Giardia e limpos antes de serem introduzidos na criação. Um pedilúvio com solução de amônia quaternária deverá ser colocado na entrada do estabelecimento. Deve-se também verificar e assegurar a qualidade da água utilizada no local. Em canis com alta incidência de Giardia, é recomendado a realização sistemática de exames parasitológicos antes, durante, e após qualquer tratamento.
A prevenção baseia-se principalmente na adoção de bons hábitos de higiene e limpeza sanitária adequada. Atualmente existe vacina contra giárdia que reduz eficazmente a incidência, a severidade e a duração da eliminação de cistos. A conscientização também é importante. O recolhimento dos dejetos dos animais nas ruas deixa as vias mais limpas, o que impulsiona a diminuição dos índices de contaminação por giárdia.
Referências BERNE, A.C.; VIEIRA, J.N.; AVILA, L.F.C.; VELLELA, M.M.; BERNE, M.E.A.; SCAINE, C.J. Giardia lamblia: diagnóstico com o emprego de métodos microscópicos e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA). Revista de Patologia Tropical, v.43, n.4, p.412-419, out/dez. 2014.
CERNIKOVA, L., FASO C., HEHL, A.B. Five facts about Giardia lamblia. PLoS Pathog, v.14, n.9, 2018. Disponível em: . Acesso em: 28 fev. 2019.
CRAVO, M.C.M. Desenvolvimento de vacinas contra Giardia lamblia. 22f. Monografia (Mestrado) – Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2016.
FERNANDES, A. C., GRESPAN, A., KNOBL, T. Pesquisa de cistos de Giardia spp. em fezes de psitacídeos cativos. Atas de Saúde Ambiental, v.2, n.3., set/dez. 2014. (on line). Disponível em: < http://www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/602/763>. Acesso em: 28 fev. 2019.
KIPPER, B.L.; STEIN, C.F.; PEREIRA, J.G.; HOGER, J.; OLIVEIRA, L.P.; GESSNER, S.T.; FURIS, Y.G.C. Ocorrência de casos de giardíase canina no hospital de clínica veterinária blumenau (HCVB) e a avaliação do perfil de conhecimento da população em um bairro na cidade de Blumenau/SC. Revista Científica de Medicina Veterinária - ISSN 1679-7353 Ano XV, n.31, jul. 2018 (Periódico Semestral).
LENZI, N.R.R. Atualidades em giardíase na Medicina Veterinária: revisão de literatura. 31f. Monografia (Especialização em Clínica médica e Cirúrgica de Pequenos Animais) – Centro de Estudos Superiores de Maceió, Fundação Jayme Atávila, Porto Alegre, 2013,
PEDROSO, R.F.; AMARANTE, M.K. Giardíase: aspectos parasitológicos e imunológicos. Biosaúde, Londrina, v.8, n.1, p.61-72, jan/jun. 2006. Disponível em: . Acesso em: 28 fev. 2019.
As crianças com idade entre um a quatro anos apresentam maior prevalência (20 a 60%) por estarem sujeitas a ambientes coletivos como creches e escolas primárias, e a infecção ocorre por contato direto através das mãos.
A principal manifestação clínica associada a essa parasitose nos mamíferos é a ocorrência de diarreia em mais de 90% dos casos, apresentando como fezes líquidas, com muco e sem sangue, acompanhada por emese, perda de peso, desconforto e distensão abdominais e flatulência. Alguns indivíduos podem apresentar-se assintomáticos e a infecção pode ser autolimitante ou cronificar, devido à síndrome de má absorção causada pela destruição das vilosidades intestinais. Nas aves, as principais manifestações são emagrecimento, diarreia crônica de coloração variável, depressão, anorexia, ressecamento da pele e bicamento de penas em região carpo-metacarpal. A doença pode provocar óbito de aves jovens e o agravamento do quadro está relacionado à superlotação, estresse e infecções secundárias. Para controlar a giardíase é necessário conhecer seus aspectos epidemiológicos e patogenia do agente, para que medidas efetivas possam ser instauradas.
Fonte: http://www.jardimfranca.vet.br/giardia-em-cachorro-giardiase-canina/
A Giardia apresenta duas formas morfologicamente distintas, trofozoíto e cisto. O cisto é a forma infectante e resistente no meio ambiente. No intestino de mamíferos os trofozoítos se encistam, recolhem os flagelos e encurtam o corpo. Cada giárdia encistada tem quatro núcleos e dois discos suctores. Os cistos são eliminados pelas fezes contaminando o ambiente e podem infectar novos indivíduos ou reinfectar o hospedeiro. A presença de portadores saudáveis é um fator que agrava o controle da doença, pois, embora sem sinais e sintomas, permanecem eliminando os cistos pelas fezes.
Desta forma, o diagnóstico adequado de giardíase possui papel fundamental e devem-se considerar fatores que possam interferir no resultado dos exames de fezes:
• Consistência das fezes: em fezes formadas tem-se a presença de cistos e em fezes mais pastosas ou líquidas a presença de trofozoítos, que não permanecem por mais de 30 minutos no meio ambiente.
• Padrão de excreção dos cistos: existem indivíduos com padrões diferentes de eliminação de cistos, alguns com frequências mais altas do que outros.
• Quantidade de amostras de fezes: como a eliminação dos cistos é de forma intermitente nas fezes, por isso indica-se o exame seriado, com três amostras fecais em dias consecutivos ou alternados.
• Uso de conservantes para as fezes: muitas vezes não é possível examinar as fezes recém- eliminadas por isso algumas substâncias são usadas para preservar as estruturas do parasita, entre elas a formalina, o álcool polivinílico e o MIO (mertiolate-iodo-formol). Algumas substâncias podem mascaram o resultado como antibióticos, antiácidos, óleos laxativos ou preparações para enema que podem causar alterações morfológicas ou o desaparecimento do parasita nas fezes.
O exame direto do agente nas fezes é o método mais comumente utilizado, mas também pode ser realizado diagnóstico sorológico por imunofluorescência direta e ELISA, contudo, a detecção de anticorpos anti-Giardia no soro apresenta algumas desvantagens como resultados falso-positivos, baixa sensibilidade e especificidade. Os testes de ELISA para diagnosticar a presença de antígeno nas fezes possuem alta sensibilidade (89%) e especificidade (100%). Os resultados referentes à comparação entre as técnicas mostraram que a técnica de ELISA tem 3,0 vezes mais chances de detectar amostras positivas de G. lamblia que o método de centrífugo-flutuação (Técnica de Faust), e 3,4 vezes mais chances quando comparada com o método de centrífugo-sedimentação (Técnica de Ritchie). O Companion Animal Parasite Council (CAPC) recomenda o teste de cães e gatos sintomáticos (com diarreia intermitente ou contínua) com uma combinação de esfregaço direto, flotação fecal com centrifugação e ELISA sensível específico para fezes, otimizado para uso em animais de companhia. Para o controle da giardíase é fundamental considerar as medidas que devem ser adotadas no meio ambiente onde vive o animal. A maioria dos produtos usados na higiene do ambiente em que o animal frequenta, não consegue desinfetar o local.
Previamente à descontaminação do ambiente deve-se retirar toda a matéria orgânica do local. Água fervente ou uma solução de amônia quaternária (deixando agir por 30 a 40 minutos) poderão ser utilizadas na desinfecção do local. Como a Giardia é pouco resistente em locais secos, o ambiente deverá estar completamente seco antes da reintrodução dos animais. Ambientes com grande exposição à luz solar podem favorecer o controle da doença. Os animais devem ser banhados antes de voltar ao local com xampu, visando a remoção dos cistos aderidos à pelagem. Após enxaguar, deve-se aplicar uma solução de amônia quaternária sobre o pelame, especialmente na região perineal. Após 3 a 5 minutos deve-se remover a solução de amônia quaternária com enxágues repetidos para evitar irritação da pele e mucosas. Anteriormente à reintrodução dos animais no ambiente desinfetado, eles deverão estar completamente secos.
Em canis e gatis, a utilização de quarentena é importante para evitar a reintrodução do parasita. Para tanto, todos os novos animais deverão ser mantidos separados, tratados para a Giardia e limpos antes de serem introduzidos na criação. Um pedilúvio com solução de amônia quaternária deverá ser colocado na entrada do estabelecimento. Deve-se também verificar e assegurar a qualidade da água utilizada no local. Em canis com alta incidência de Giardia, é recomendado a realização sistemática de exames parasitológicos antes, durante, e após qualquer tratamento.
A prevenção baseia-se principalmente na adoção de bons hábitos de higiene e limpeza sanitária adequada. Atualmente existe vacina contra giárdia que reduz eficazmente a incidência, a severidade e a duração da eliminação de cistos. A conscientização também é importante. O recolhimento dos dejetos dos animais nas ruas deixa as vias mais limpas, o que impulsiona a diminuição dos índices de contaminação por giárdia.
Referências BERNE, A.C.; VIEIRA, J.N.; AVILA, L.F.C.; VELLELA, M.M.; BERNE, M.E.A.; SCAINE, C.J. Giardia lamblia: diagnóstico com o emprego de métodos microscópicos e Enzyme-linked Immunosorbent Assay (ELISA). Revista de Patologia Tropical, v.43, n.4, p.412-419, out/dez. 2014.
CERNIKOVA, L., FASO C., HEHL, A.B. Five facts about Giardia lamblia. PLoS Pathog, v.14, n.9, 2018. Disponível em: . Acesso em: 28 fev. 2019.
CRAVO, M.C.M. Desenvolvimento de vacinas contra Giardia lamblia. 22f. Monografia (Mestrado) – Faculdade de Farmácia, Universidade de Coimbra, Coimbra, 2016.
FERNANDES, A. C., GRESPAN, A., KNOBL, T. Pesquisa de cistos de Giardia spp. em fezes de psitacídeos cativos. Atas de Saúde Ambiental, v.2, n.3., set/dez. 2014. (on line). Disponível em: < http://www.revistaseletronicas.fmu.br/index.php/ASA/article/view/602/763>. Acesso em: 28 fev. 2019.
KIPPER, B.L.; STEIN, C.F.; PEREIRA, J.G.; HOGER, J.; OLIVEIRA, L.P.; GESSNER, S.T.; FURIS, Y.G.C. Ocorrência de casos de giardíase canina no hospital de clínica veterinária blumenau (HCVB) e a avaliação do perfil de conhecimento da população em um bairro na cidade de Blumenau/SC. Revista Científica de Medicina Veterinária - ISSN 1679-7353 Ano XV, n.31, jul. 2018 (Periódico Semestral).
LENZI, N.R.R. Atualidades em giardíase na Medicina Veterinária: revisão de literatura. 31f. Monografia (Especialização em Clínica médica e Cirúrgica de Pequenos Animais) – Centro de Estudos Superiores de Maceió, Fundação Jayme Atávila, Porto Alegre, 2013,
PEDROSO, R.F.; AMARANTE, M.K. Giardíase: aspectos parasitológicos e imunológicos. Biosaúde, Londrina, v.8, n.1, p.61-72, jan/jun. 2006. Disponível em: . Acesso em: 28 fev. 2019.
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