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Verão e o verme do coração em cães. Como prevenir?
Sabemos que no verão, devido às altas temperaturas, também aumenta a proliferação de mosquitos que podem transmitir doenças para seus cães. Além disso, muitos tutores saem de férias e levam seus cães para regiões litorâneas ou interioranas, que são áreas endêmicas para esta doença.
A Dirofilariose canina, popularmente conhecida como a doença do verme do coração, é uma doença parasitária cardiopulmonar causada pelo agente etiológico Dirofilaria immitis, um parasita nematoide transmitido por um mosquito culicídeo (Aedes, Anopheles e Culex).
O cão é o seu hospedeiro definitivo e, por vezes, o gato e o homem podem surgir como hospedeiros acidentais.
O parasita tem distribuição cosmopolita, porém, existem locais onde há uma maior prevalência, como cidades litorâneas de clima quente.
No Brasil, a prevalência da infecção possui uma média nacional de 10,17%. As localidades costeiras com maior incidência são: Rio Grande do Sul com 1,1%, Santa Catarina com 12%, Paraíba com 12,4%, Pará com 10,7%, Alagoas com 12,5%, Rio de Janeiro com 21,3%, Região dos Lagos – RJ com 52,4% e Recife – PE, com 2,3%. Localidades afastadas da costa também possuem relatos de casos de infecção por D. immitis, como Cuiabá – MT com 9,62% e Uberlândia – MG com quatro casos. O Estado de São Paulo possui áreas costeiras com alta prevalência: Bertioga 45%, Guarujá 14,2% e Riviera de São Lourenço 18%. Já as localidades mais distantes da costa, como Mairiporã, a estatística revela 17% dos cães infectados, e em Botucatu, 0,9% dos cães.
A Dirofilaria apresenta ciclo biológico com parte do seu desenvolvimento num hospedeiro invertebrado, que é o mosquito, e outra parte num hospedeiro vertebrado, que é o cão. É um ciclo com uma duração relativamente longa, variando entre os seis e os nove meses.
Quando um mosquito fêmea realiza uma refeição sanguínea num animal infetado por D. immitis, pode ingerir microfilárias que ficam em sua circulação sanguínea, sendo posteriormente depositadas na pele dos cães, quando o mosquito se alimenta novamente. As larvas penetram então no animal através da lesão causada pela picada do mosquito e iniciam a migração até os pulmões. Depois, passam para a corrente sanguínea até chegarem ao coração.
A maioria dos animais infectados com D. immitis não têm sintomas, no entanto, podem surgir sinais clínicos principalmente em casos crônicos. O aparecimento de sinais depende essencialmente da duração da infecção e da carga parasitária. A gravidade da moléstia varia conforme o número de vermes adultos que o cão abriga, podendo variar de 1 até 250. Nos cães, pode ser observada uma mudança no comportamento, os animais tornam-se agitados ou apáticos. Os cães sintomáticos, o que indica um estágio avançado da doença, podem apresentar sinais que variam de acordo com a gravidade do quadro: histórico de tosse crônica, dificuldade para respirar, respiração acelerada, fadiga, intolerância a exercícios que podem chegar a desmaios, perda de peso, perda de apetite, inchaço dos membros e abdômen e tosse com sangue em casos mais graves.
Para diagnosticar a doença, diversos métodos podem ser associados, desde o exame clinico até exames laboratoriais como a sorologia, com testes bastante sensíveis que permitem identificar a presença do parasita. Outros exames incluem a detecção de microfilárias no sangue, raio X, ecocardiograma e PCR. Testes para detecção de microfilárias devem ser realizados anualmente em cães que habitem em zonas endêmicas.
O tratamento é cuidadoso e deve ser monitorado pelo veterinário. O maior problema ocorre quando os parasitas morrem e entram na circulação causando tromboembolismo, ou seja, a obstrução de artérias impedindo a circulação.
Por isso, o melhor método é prevenir! Para isso existem medicamentos específicos à base de ivermectina, milbemicina-oxima, dados por via oral em programas de prevenção diários ou mensais, ou à base de selamectina, de uso tópico, e moxidectina, de uso injetável, que são facilmente encontrados no mercado pet. Esses medicamentos matam as pequenas larvas de Dirofilaria, caso o animal seja infectado, e impedem o desenvolvimento da doença. Por isso, fique de olho no verão e na prevenção da dirofilariose seguindo as orientações de seu médico veterinário!