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ANÁLISE DE LÍQUIDOS E DERRAMES CAVITÁRIOS

Aproximadamente 24% do componente hídrico que constitui o corpo dos animais corresponde a líquidos extracelulares que incluem os líquidos plasmático, intersticial e transcelular.
O líquido transcelular é encontrado em órgãos ocos e cavidades corporais. Os líquidos cavitários são classificados em pleural, pericárdico, peritoneal e celomático, por estarem em cavidades fechadas e revestidos por duas membranas serosas: a parietal, que reveste a cavidade, e a visceral, que reveste a superfície dos órgãos. Outros fluidos extracelulares são: líquor ou líquido cefalorraquidiano (LCR), líquido sinovial, linfa e humor aquoso.

Esses líquidos têm como função lubrificar, facilitando a movimentação de visceras, fornecer nutrientes e eliminar catabólitos.

Em situações fisiológicas o fluido normalmente é claro e incolor, com pequena celularidade e volume variando conforme sua localização e tamanho do animal.
Em situações patológicas, o aumento da quantidade de líquidos é denominado derrame ou efusão e poderão ser avaliados quanto a características físicas, como coloração e densidade; químicas, pela dosagem de metabólitos e catabólitos; e celulares, pela verificação da presença e morfologia celulares. Ainda, no exame microscópico é possível verificar a presença de bactérias ou outros componentes, como hemácias.

O fluido poderá ser classificado como:
Transudato: caracterizado por baixo teor de proteínas (< 2,5 g/dL) e quantidade pequena de células. Geralmente é límpido e incolor.
Transudato Modificado: verifica-se aumento do componente celular e proteico (2,5 a 7,5 g/dL). A coloração pode variar entre âmbar, esbranquiçada e avermelhada. A turbidez pode variar de levemente turvo a turvo. Os tipos celulares presentes podem ser neutrófilos não degenerados, células mesoteliais/macrófagos, linfócitos e/ou células neoplásicas.
Exsudato: apresenta elevada concentração de proteínas (> 7,5 g/dL) e células nucleadas. A coloração varia entre âmbar, branca ou vermelha, com intenso grau de turbidez. Geralmente os neutrófilos são o tipo celular predominante, mas também verifica-se a presenaça de quantidades variadas de outras células inflamatórias, como macrófagos, linfócitos, eosinófilos e células mesoteliais. Ainda, podem ser classificados em sépticos, quando há presença de bactérias, e assépticos, quando não se observa a presença de bactérias.

A análise de fluidos fornece importantes dados para identificar a fisiopatologia do processo e possível etiologia, podendo orientar a realização de outros exames como, por exemplo, cultura bacteriana e antibiograma, testes imunológicos ou exames de biologia molecular (PCR).

O LAB&VET possui em seu corpo técnico Médicos Veterinários especialistas que avaliam conjuntamente e criticamente as amostras, e podem contribuir com o Clínico na orientação do diagnóstico.

 Fonte: TADEU, 2017

- Colher o fluido por toracocentese.
- Recomenda-se utilizar agulha butterfly (calibre variando de 19 a 23, de acordo com o fluido), válvula de três vias e seringa de 10 ou 20 ml. 
- Obtem-se maior controle usando seringa de 10 ml e extensor de equipo, para que a colheita do fluido se dê distante do animal.
- A posição mais indicada para colheita é em decúbito external, contudo, pode dificultar o acesso à região ventral do tórax. Outras posições: animal em estação ou decúbito lateral.
- O local da punção deve ser preparado cirurgicamente com tricotomia e devida antissepsia.
- A agulha deve ser inserida entre o 6^o, 7^o ou 8^o espaço intercostal, caudalmente à costela para evitar atingir vasos ou nervos, próximo à junção costocondral.
- Parte do volume colhido deverá ser colocado em frasco com EDTA (tampa roxa), cerca de 1 a 3 ml, para análise citológica e contagem de células.
- A outra parte do volume, também cerca de 1 a 3 ml, deve ser acondicionada em tubo seco (frasco com tampa vermelha) para análise bioquímica.
- Manter o material refrigerado (2 a 8ºC).



**LÍQUIDO PERITONEAL 
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=ElZzLOc8lcw

- Colher o fluido por abdominocentese. 
- Recomenda-se o esvaziamento da bexiga antes do procedimento para evitar cistocentese acidental.
- Posições: animal em estação ou decúbito lateral. 
- O local da punção deve ser preparado cirurgicamente com tricotomia e devida antissepsia.
- Inserir catéter plástico de 1,5 polegada, calibre 18 ou 20-gauge, com mandril (com aberturas extras na lateral) na região mais pendente do abdômen.
- Colher parte do volume com seringa de 10 a 20 ml ou deixar o fluido escorrer pela agulha para frasco estéril.
- Parte do volume colhido deverá ser colocado em frasco com EDTA (tampa roxa), cerca de 1 a 3 ml, para análise citológica e contagem de células.
- A outra parte do volume, também cerca de 1 a 3 ml, deve ser acondicionada em tubo seco (frasco com tampa vermelha) para análise bioquímica.
- Manter o material refrigerado (2 a 8ºC).

   Fonte: https://lbpost.com/hi-lo/pets/abdominal-distention-in-dogs-and-cats/









***LÍQUIDO SINOVIAL
Fonte: CLEMENTS, 2006.

- Colher o fluido por artrocentese. 
- Posições: variável de acordo com a articulação de interesse. 
- O local da punção deve ser preparado cirurgicamente com tricotomia e devida antissepsia.
- Utilizar agulha hipodérmica e seringa de 5 ml..
- Parte do volume colhido deverá ser colocado em frasco com EDTA (tampa roxa), cerca de 1 a 2,5 ml, para análise citológica e contagem de células.
- A outra parte do volume, também cerca de 1 a 2,5 ml, deve ser acondicionada em tubo seco (frasco com tampa vermelha) para análise bioquímica.
- Manter o material refrigerado (2 a 8ºC).




****LÍQUOR
Fonte: https://www.cliniciansbrief.com/column/procedures-pro/cerebrospinal-fluid-collection-analysis